Des-Pai-Xão
Não cumpri minha promessa, desculpa.
Aqui estou escrevendo sobre você.
Talvez seja efeito da garrafa de vodka que deixei vazia sobre a mesa antes de pegar a caneta e rabiscar este texto.
Ou talvez seja porque a única coisa que sei fazer na vida seja escrever. Porque não aprendi a amar.
Olhe a falta que você já me faz!
Sinto um vazio no peito mas eu não quero que por outra ele seja preenchido.
Sinto a minha vida se esvair e não encontro um porto a me ancorar.
Sinto frieza em minhas poesias mas o calor delas se foi contigo.
Sinto meus lábios se moverem mas as palavras sumiram.
Tem coisas na vida que não tem explicação.
Queria te fazer feliz mas é impossível já que só um dos lados quer a felicidade e o outro um ombro a se escorar de vez em sempre. Eu também existo quando seus contatinhos não lhe servem, ta?!
Queria lhe dedicar meu primeiro livro de poesias e dizer ” fiz todas pensando em você “. Mas não se preocupe, no fundo, os poemas melancólicos ainda são para ti.
Queria ser seu namorado. Alguém pra vida toda mas você mesma diz que não mandamos no coração. Errada estas, pois estou estou mandando no meu agora e te expulsando, com pesar, daqui.
O que me restou foram as cartas enviadas e não devolvidas.
Foram os muitos “te amo” que minha boca imunda pronunciou respondidas pelo eco de minha voz na minha cabeça e não por ti.
Foram os meus textos tristes para me auto-flagelar no meio das madrugadas.
Foram os caminhos opostos de quem antes andavam de mãos dadas.
O que restou foi que em vez de criarmos nossos filhos, nosso jardim florido ou o sonhos de morarmos juntos deixamos nascer esta tal de despaixão…
25.06.2017
05h 02min
AUTOR: HONORATO, Sandro.