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  • "Transbordando sentimentos puros em palavras"

    Em prosa

    junho 10, 2017 • Honorato, Sandro
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    Você anda coma boca em prosa ultimamente. Esse seu jeito retraído, tão característico, dá lugar aos poucos a uma desenvoltura que você não se acreditava capaz. Andar só tem suas vantagens. Quem diria, não é mesmo? Há um tempo atrás você tinha amigos para a vida inteira. Hoje se descobre um tanto carente de atenção.
    A vida pega a gente de surpresa. Até ontem você sabia de tudo.  Nos mínimos detalhes, plano de vida
    milimetricamente traçado. E hoje você ri dos imprevistos, aprendendo à força a
    ter jogo de cintura. Está se perdoando mais por não poder fazer tudo, e isso é
    bom. Está saindo melhor do que o planejado, garanto-lhe.
    Há certas coisas que ficam, contudo. Seus passos, já tão apressados, aceleraram-se pela falta de tempo. O silêncios de olhos inquietos, as mensagens longas de quem parece ter nascido em outra época, essa vontade de ter o mundo inteiro num abraço só. É apenas o corpo o limite. A fadiga da caminhada, o sono que exige
    repouso. Você tá provando da vida adulta ainda, e já partilha do lamento da sua geração.
    E apesar dos pesares, diz que se encontrou. Que está exatamente onde deveria estar. O coração transborda.  A vida está só começando e você mal pode esperar.

    Receber um convite para voltar a escrever depois de três anos parada foi uma surpresa. Não pude deixar de sorrir de lado a lado por saber que, embora tenha se passado tanto tempo, alguém ainda lembrava com tanto carinho dos meus textos que queria me ver escrevendo de novo. Meus rabiscos amadores tinham tocado alguém a esse ponto. Aceitei com a certeza de que teria um enorme desafio pela frente, mas muito grata pela oportunidade.
    Esse sentimento aumentou ainda mais quando uma outra leitora querida entrou em contato comigo essa semana. Soube que estava no caminho certo. Demorei mais de duas semanas para escrever meu texto de estreia. Espero não ter decepcionado. Ele me surpreendeu, se querem saber. Para quem só escreve peças
    de processos há meses, e quase não tem tempo de ler outra coisa que não seja livros para faculdade, saber que não perdi o jeito foi maravilhoso. Para quem tem curiosidade, alguns textos antigos meus estão aqui.
    Meu nome é Samyle, prazer. Vou escrever aqui quinzenalmente a partir de hoje. Espero que gostem.

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    6 Comentários

  • Marina Menezes
    15 jun 2017

    Oi Samyle! Fiquei muito feliz de saber que você vai continuar escrevendo. Mesmo quinzenalmente, é bom te ver por aqui.

    Seus textos continuam muito sensíveis. Me peguei pensando nessa passagem da adolescência pra vida adulta, e de como eu tinha um monte de certezas, e elas foram cada vez mais sendo trocadas por inseguranças. A gente acha que sabe da vida, mas não sabe nada. Penso que a cada nova fase que a gente entrar, vai ter esse sentimento em relação a fase anterior.

    Bjs!

    • Honorato, Sandro
      15 jun 2017

      Obrigada Marina! Seu comentário é de aquecer o coração, é tão bom saber que não perdi o jeito. Descobri que eu tava morrendo de saudade de escrever rs'

      E pois é, é um salto de aprendizado muito grande que a gente tem de uma fase pra outra. Sinto que eu não poderia ter voltado à ativa com nenhum outro tema. A gente muda muito com o passar do tempo, nossa cabeça se transforma.

      Beijos!

  • Gabriela Soares
    15 jun 2017

    Oi, Samyle! Que bom que voltou a escrever porque eu já amei esse texto e mal posso esperar pelos próximos. A vida é mesmo assim: quando a gente acha que tá pegando o jeito, ela nos dá uma rasteira… mas aí a gente levanta e tira um aprendizado da situação, essa é a parte que eu mais gosto. 😉
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

    • Honorato, Sandro
      15 jun 2017

      Oi Gabriela! Fico muito feliz em saber que gostou! E é bem isso, a gente vai tendo que ter jogo de cintura pra tanto imprevisto que aparece. No fim sempre vale a pena. Como você disse, fica de lição.

      Beijos!

  • Letícia Olegario
    13 jun 2017

    OOi Samy, adorei o texto, me identifiquei muito, pensei que tivesse amigos, quando na verdade, eram apenas conhecidos.
    Adorei o blog, obrigada pela visita, beijos boa semana

    http://bellapagina.blogspot.com.br

  • Nana Barcellos
    11 jun 2017

    Oi Samyle,
    Adorei seu texto e me identifiquei. Realmente, no Ensino Médio eu pensava que tinha amigos pra vida inteira. Quando fui pra faculdade, descobri que não kkkk
    Mas, tudo tem um motivo né, demora, mas a gente descobre!

    tenha um ótimo domingo.
    Nana – Canto Cultzíneo

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