E é esse o momento.
Aquele instante de silêncio nada tranquilo no qual tudo já foi dito e feito.
E não podemos simplesmente saltar e capturar no ar as palavras já ditas e mantê-las firmemente em nossas mãos fechadas para proteger o outro do mal que elas já fizeram.
Não podemos recolher do caminho todos os sinais errados, todas as rachaduras que causamos, nem todas as fendas que provocamos em tudo aquilo que formava esse “Nós”.
Eu sei, você sabe… não podemos obrigar o tempo a nos levar de volta há uma época mais simples e mais feliz.
Talvez, apenas talvez, não tenhamos mesmo feito tudo o que podíamos. Talvez um de nós tenha desistido antes do outro e, sem avisar, assistiu resignado enquanto o outro tentava manter sozinho nos ombros um mundo que tinha o peso ideal para ser erguido por dois.
Esse alguém não aguentou… e o céu está caindo.
E eu queria que fosse na forma de chuva ou neve… e não nesse formato de peças de quebra-cabeça que foram montadas errado.
Tiro meus olhos do nosso céu despedaçando que uma vez fora tranquilo e encontro você. E sei que está na hora de profundamente beijar você e então partir, não me limitando a tirar os resquícios de você apenas dos meus lábios.
E você nem me diz adeus, porque sabe. Sabe que histórias como a nossa não morrem; ecoam pela eternidade por ai.
Romeu e Julieta comprovaram há muito tempo que o amor que é lembrado, não é só aquele que tem final feliz.