Ontem ouvi alguém dizer que um simples bom-dia pode fazer milagres no ânimo das pessoas. Meti-me à pensar. Lembrei-me de todas as vezes em que estava desanimada e alguém veio me cumprimentar sorrindo; imediatamente sorri de volta e senti uma pitada de alegria.
Culpa desse meu reflexo absurdo que não consegue destratar o próprio Hitler se ele for gentil comigo. Brincadeiras à parte, cheguei a esta conclusão: eu só acho que educação requer educação, gentileza requer gentileza; este é um ciclo vicioso no qual não vejo problema algum.
Pena que nem todo mundo é assim. Tenho uma colega, por exemplo, que já foi uma grande amiga, mas a sua antipatia a isolou do mundo. Quase ninguém gosta dela e quem tenta se aproximar é recebido com arrogância e indiferença. Nem sempre é assim, é verdade; há uns dias milagrosos em que está de bom humor. Mas ela é a prova viva de que cumprimentos não funcionam com todo mundo.
A partir desse contraste, percebi que felicidade depende da disposição de cada um. No meu caso, alegria pega. É inegável que sou dramática, quem lê meus textos logo percebe, minha colega também o é. A nossa grande diferença é que não me deixo dominar por este defeito. Eu sei usá-lo à meu favor quando escrevo, no dia-a-dia tento ser tolerante.
Acho que isso vem dando certo, pois me considero uma pessoa feliz. Talvez a felicidade só venha para quem está de braços abertos para recebê-la, afinal, não há como passar através de uma porta trancada. Tampouco, não há como ser feliz quando se opta pela melancolia.