Odeio esse complexo de superioridade. Se pudesse escolher, preferiria ter ao meu lado alguém que crê-se inferior e de baixa auto-estima do que pessoas que não sabem o que é uma “critica”. E o pior é que tenho uma amiga assim. Ela é aquele tipo de gente que, se você lhe mostra algo diferente do qual gosta, diz que não é tão bom enquanto te olha com um misto de arrogância e indiferença. O que é extremamente irritante.
Eu posso estar sendo infantil, mas o fato de que tal comportamento foi repetido inúmeras vezes deve me dar o direito de tirar esta conclusão: ela se acha superior a qualquer pessoa que seja diferente demais dela. E como o mundo é um conjunto de pessoas distintas, suponho que “X” — por assim dizer — crê-se a Rainha da Terra ou do Bom Gosto.
Okay, e quem sou eu para julgar? Devo estar me esquecendo do meu preconceito musical, de como fuzilo pelo olhar pessoas que escutam forró e sertanejo estilizado perto de mim e, principalmente, funk — porque, afinal, uma pessoa dessas não pode ser decente escutando e cantando músicas tão vulgares. Mas onde entra o respeito?
A nossa sociedade é formada por gente de etnias, crenças e “criações” — refiro-me a educação recebida em casa — diferentes. Mas todas, sem exceção, merecem respeito. E respeito implica dar o mesmo tratamento que você daria a alguém que considera seu igual ou, no caso, que possua a mesma opinião que a tua.
Voltando a “X”, digo: e uma pessoa que gosta da música de caras que dançam como garotas, de vozes afeminas e finas, no ritmo eletrônico e, para completar, em japonês, definitivamente não tem bom gosto. Nem por isso eu a olhei de modo arrogante e com ar superior enquanto dizia “eu não gostei”. Também não fiz isso quando me mostrava páginas na internet que gostava, feitas por pessoas absolutamente normais, cujos textos eram absolutamente dramáticos. Eu continuei prestando a máxima atenção no que dizia, sendo simpática e amigável, apesar de estar nítido que não estava achando tão bom assim. E ponto. Isso não machuca coisa alguma, não fere os sentimentos de ninguém.
Isso é o que se chama de educação.